Quatro cães ganharam um lar, no último domingo, 14, durante a Feira de Adoções da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), entre eles Lack, um filhotinho branco e preto com pouco mais de três meses de idade. Lack fará companhia a Gabriel Maurran, de 12 anos, portador da síndrome de Down. “Ele vai brincar e dormir comigo todos os dias”, disse Gabriel, ao pegar, pela primeira vez, o filhote no colo.

Segundo a irmã do garoto, Carolina Maurran, a relação da família com os animais ultrapassa os limites da afetividade, pois eles são fundamentais no desenvolvimento de Gabriel. “Já temos uma SRD e Gabriel ajuda com a alimentação, mas o que ele gosta mesmo é de brincar. Os dois passam o dia rolando no chão e, agora, chega o Lack para bagunçar junto”, conta Carolina.

Terapia - Para a psicóloga Karina Schutz, especialista em terapia com animais, o cão é um grande instrumento de desenvolvimento de pessoas com síndrome de Down. “Existem vários graus da síndrome de Down e a terapia com cães ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, a ter disciplina, a impor limites e no desenvolvimento social dos portadores da doença”, afirma a psicóloga.

Por outro lado, nem todos os animais podem ser utilizados em terapia. Eles devem ser calmos e inspirar confiança em quem manejá-lo; deverão sustentar o olhar das pessoas e gostar de que lhe façam festas, o abracem e toquem. Um animal que rosne, fuja, demonstre impaciência ou seja nervoso não servirá para trabalhar. Se não interage, não poderá auxiliar ninguém.

No caso de cães e gatos, suas visitas a enfermarias de hospitais e lares de idosos permitem o aumento da autoestima. O simples fato de acariciar, ou um ou outro, é calmante e parte da recuperação passa pelo bem-estar psicológico.

O cão, o gato e a ave são, por vezes, o único suporte dos idosos sem familia e a sua razão última de viver, diminuindo a carga de ansiedade e evitando depressões. Nas escolas, ter um animal de estimação sob os cuidados da turma aumenta a autoestima e o sentimento de responsabilidade.