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Mãe luta para passaporte de filho cego diga que ele é alfabetizado

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Luis Felipe lendo em Braille para a sua mãe. Foto Divulgação.

O Fantástico mostrou a história de uma mãe de Teresina, Piauí, que lutou para que um direito do filho Luís Felipe, de 12 anos, fosse reconhecido.

O menino adora as brincadeiras que a maioria dos meninos da idade dele gosta e tem um sonho, o mesmo de muitas crianças: conhecer os parques da Disney, nos Estados Unidos.

A mãe dele decidiu realizar esse desejo, mas na hora que recebeu o passaporte do filho, uma surpresa. O documento veio com um carimbo que dizia: menor não alfabetizado

Só que o Luís Felipe estuda em uma escola há oito anos. Segundo a professora, ele é um excelente aluno. O menino foi alfabetizado pelo sistema braile, que é um método de escrita e de leitura para deficientes visuais.

Professora: Luís Felipe, subtração quer dizer o quê?
Luis Felipe: Subtração quer dizer tirar!
Professora: Ele acertou, crianças?
Crianças: Sim!

“Tudo o que acontece em sala de aula é repassado para o Luis Felipe e ele transcreve através da máquina e em Braille”, diz a professora Claudianny Galvão.

Hoje, Luís Felipe cursa o terceiro ano do ensino fundamental. E tem aulas de braille quando não está na escola. No boletim, nenhuma nota vermelha!

Fantástico: Luís Felipe, você gosta da escola?
Luis: Gosto.
Fantástico: Qual é a disciplina que você mais gosta?
Luis: Matemática

Luis Felipe nasceu prematuro, com baixo peso e, como consequência, perdeu a visão. Desde bebê, ele é estimulado pela família a vencer este obstáculo.

“Alfabetizar o Luis Felipe não foi fácil e quando eu recebi o passaporte com aquela expressão de analfabeto eu resolvi que eu ia lutar pelos direitos do meu filho”, conta a mãe, Marlúcia Evaristo Almeida.

Marlúcia é promotora de justiça. Ela acionou o Ministério Público Federal e, um ano depois, veio a decisão.

“Eles resolveram que iam acrescentar um carimbo a mais no padrão de carimbos da Polícia Federal. O carimbo: "alfabetizado pelo sistema braille" para aquelas pessoas que, embora alfabetizadas, não assinem na grafia comum, que é o caso do Luis Felipe”, diz a mãe.

A notícia chegou por meio de uma carta, escrita em braille.

“Por meio desta carta, a Polícia Federal tem a satisfação de informá-lo que o normativo interno foi alterado”, Lê a mãe de Luís Felipe.

A mudança vai beneficiar outras famílias, como a de Daniele. O filho dela, Dimitrius, também é deficiente visual e alfabetizado em braille.

“Eu já vou remarcar a passagem para a gente poder viajar. Agora eu faço questão de ir a Polícia Federal tirar o passaporte do meu filho como criança alfabetizada, o que ele é realmente”, disse Daniele Lustosa, funcionária pública.

A tão sonhada viagem de Luís Felipe para a Disney, já está marcada: será em maio.
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