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APAE: Uma semana que é literalmente especial

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Imagem do público presente ao evento. Foto Divulgação.
Imagem do público presente ao evento. Foto Divulgação.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Escola de Educação Especial Helen Keller, de Três de Maio, iniciou no sábado e domingo, dias 18 e 19, algumas atividades alusivas a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. No entanto, a abertura oficial ocorreu na tarde de segunda, na Câmara de Vereadores de Três de Maio, quando estiveram presentes no município, a diretora do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania do Estado, Tâmara Biolo Soares e a presidente do Cedica/RS, Márcia Herbertz.
Além delas, estiveram no ato, autoridades, imprensa, professores e direção da escola, entidades ligadas aos Direitos Humanos, a Criança e Adolescente na região, e um grande número de alunos e pais de alunos da Apae.

Para efetuar a abertura oficial, o presidente da Apae, Vilson Foletto, deu a boas vindas a todos que estiveram na Câmara, e agradeceu principalmente a dedicação das autoridades do Governo do Estado e Instituo Gerdau que prestigiaram a abertura da Semana.

Já a diretora administrativa, Nadir Gabe, agradeceu a presença do público e autoridades, e destacou a importância da presença das famílias na abertura e no decorrer das atividades da Semana Nacional. “Quero destacar aqui, a presença também da comunidade, dos pais, alunos e associados que vieram até esta abertura para conhecer e mostrar o trabalho da Apae, e saber mais sobre nossas lutas. Propomos nesta semana, mostrar à comunidade a realidade da nossa escola e convidar as pessoas para refletir sobre os direitos das pessoas com deficiência. As pessoas especiais tiveram grandes avanços, mas ainda falta a efetivação e eficácia de políticas públicas, mas existem caminhos para isso e nós, como escola, estamos nesse caminho. Queremos uma sociedade justa e igual e estamos aqui para isso”.

Após a fala da diretora da instituição, foi à vez da diretora do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania do Estado, Tâmara Biolo Soares, apresentar uma palestra com o tema “Queremos uma igualdade que reconheça as diferenças e uma diferença que não produza desigualdade”.
Na fala, a diretora falou a respeito da mudança de classe social existente hoje no Brasil. “Hoje, milhares de pessoas saíram da linha da pobreza e saíram da classe C. No entanto, apenas as políticas de transferência de renda, não são suficientes para garantir os direitos das pessoas, por isso, é tão importante trabalharmos unidos essas questões de elaboração de políticas públicas, de tomada de conhecimento de lideranças governamentais para com as demandas das pessoais especiais também”.

De acordo com Tâmara, as pessoas com deficiência no RS somam 24% da população. “De cada quatro gaúchos, um apresenta uma deficiência. São mais de 2,5 milhões de gaúchos com deficiência. Aos que vivem está realidade eu pergunto. Será que as pessoas enxergam essas outras pessoas? O Brasil cresceu, mas alguns grupos da população, não cresceram na mesma proporção. Hoje temos um modelos cultural, onde se evidenciam as facilidades para realizar os direitos. Desta mesma forma, fica mais difícil colocar em prática o direito das pessoas com deficiência. Direitos como saúde, educação, ficam mais distantes de serem realizados, mas não podemos como poder governamental e como entidade defensora dos direitos de crianças, jovens e adultos especiais, como é o caso da Apae, de trabalhar juntos, unidos”.

Outro ponto abordado pela diretora foi com relação aos conceitos de discriminação. “Dia desses, recebi um rapaz que é cego e que trabalha como auditor fiscal do trabalho e ele contou que esteve no Banco de Olhos em POA para uma consulta com o oftalmologista e então, ele contou ao médico que é auditor do trabalho, e o profissional médico começou a questioná-lo sobre como ele conseguia se locomover, fazer atividades, principalmente profissionais. Isso me fez pensar que o médico estava na expectativa de esperar que o cego revelasse a ele, algo que não estava sem condições de exercer. Esse mito precisa se perder, pois as pessoas especiais podem tudo, por isso que eu digo que só o reconhecimento das diferenças geram desenvolvimento social e inclusão social. É a inclusão social que gera desenvolvimento social e econômico. Portanto, desconstruir o preconceito é preciso, finalizou.
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