Fórum de políticas públicas para pessoas com deficiência fortalece ações para uma sociedade inclusiva
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Olhar o indivíduo como um cidadão que tem direito a individualidade e autonomia, implantar ações de políticas públicas para dar oportunidades a todos derrubando posturas assistencialistas e qualificar o profissional que orienta as pessoas com deficiência. Esses foram os principais tópicos abordados no 109º Fórum Permanente da Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades do RS.
O encontro realizado no dia 4 de abril, na escola Unipac, em Taquara (RS), reuniu cerca de 450 participantes em um dia inteiro de debates. O Fórum foi aberto com a execução do Hino Nacional ao som da gaita tocada por Anderson Dilkin, que tem deficiência visual, assessor de comunicação da prefeitura de Santa Maria do Herval.
A diretora presidente da Faders, Marli Conzatti, chamou a atenção dos números que compõem a população com algum tipo de deficiência. No Estado, são cerca de 2 milhões e 500 mil pessoas, sendo que 300 mil moram na capital gaúcha. Em Taquara, o índice é de 16,4% dos moradores, cerca de 8.700 pessoas de um total de 52.900. Na cidade de Parobé, são 6.500 (14,4%) dos 45.000 cidadãos.
Marli destacou o Plano Nacional Viver sem Limite que disponibiliza R$ 7 bilhões em projetos de 18 ministérios, assim como o RS Sem Limite que busca entre outros objetivos a acessibilidade digital, capacitações, pesquisas e diálogo permanente com servidores e sociedade civil.
Modificar os comportamentos e transformar a sociedade em um lugar melhor para viver, passando exemplos positivos de uma cultura de paz para o mundo é uma aposta da diretora presidente da Faders diante da cadeia de municípios que se fortalece através dos fóruns de discussões.
Marli propôs o enfrentamento das dificuldades e imposições que existem para as pessoas com deficiência e fazer um redesenho social, incluindo aqueles que estiveram numa situação de invisibilidade por muito tempo. “Somos diferentes uns dos outros. Cada um de nós é singularmente um. Portanto, deficientes são os prédios não acessíveis, os espaços públicos que não acolhem a todos, e, principalmente, as atitudes preconceituosas”, encerrou.
Municípios mobilizados
Promovido pela Faders, em parceria com a prefeitura de Taquara e o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE), o fórum teve a presença de autoridades, servidores, professores, alunos, gestores e demais profissionais envolvidos com o tema que mostraram suas experiências e identificaram suas carências para a implantação de programas que estabeleçam uma sociedade inclusiva. Prefeitos e secretários de municípios do Vale do Paranhana, como Taquara, Parobé, Igrejinha e Três Coroas se mobilizaram em busca de elaborar projetos e realizar ações nesse sentido.
Ao final da programação da manhã, a prefeitura de Santa Maria do Herval, representada pelo secretário de Planejamento e Assistência Social, Benno Knorst, assinou convênio com o RS Sem Limite. “Temos que acabar com este Apartheid”, contestou o secretário. “Está lançado o desafio: congregar as forças da sociedade e dar às pessoas com deficiência o que elas merecem”, enfatizou. Durante a tarde, foram discutidas o conjunto de leis direcionadas ao segmento, criações de conselhos e outras questões funcionais para a implementação de políticas inclusivas.
O prefeito de Taquara, Tito Lívio Jaeger Filho, ressaltou a necessidade das ações compartilhadas entre as prefeituras dos municípios que beneficiem a população. “Acharemos o caminho certo somente conversando com as pessoas e descobrindo o que elas precisam”, argumentou. Antônio Edmar Teixeira de Holanda, secretário de Educação de Taquara, falou da equiparação de oportunidades e evidenciou a importância do treinamento dos profissionais para completar a estrutura física e humana no enfrentamento dos obstáculos.
O prefeito de Parobé, Claudio Silva, iniciou o debate “Garantia dos Direitos” salientando a iniciativa da Presidência da República em criar uma política direcionada às pessoas com deficiência. “A inclusão social tem apoio do governo federal. Devemos agora seguir com ações que sensibilizem todos os setores da sociedade. Ainda engatinhamos nesse no caminho do fortalecimento de programas para pessoas com deficiência”, afirmou.
Primeiros passos e experiências
Mônica Facio, presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades de Parobé, informou que o trabalho realizado pelo grupo em busca de uma cidade mais justa e fraterna já atingiu alguns resultados. “Assim como chamamos a comunidade civil para que se empenhe em tornar acessíveis os prédios, também buscamos essas adaptações nas estruturas públicas. Mas não é só isso, queremos a descontrução das deficiências através da quebra das barreiras atitudinistas”, reforçou.
O secretário de Desenvolvimento Social e Habitação de Igrejinha, Jefferson Allan Muller, disse que é preciso mais conhecimento para atingir a efetividade da inclusão. “Combater a anulação das características gerais de um indivíduo em detrimento da deficiência é imprescindível ao processo civilizatório. Porém, temos essa consciência, mas não sabemos como resolver”, frisou.
A cidade de Rolante foi representada pela Secretaria de Assistência Social. A titular Santa Zucatti adiantou que o município está providenciando a criação de um conselho para tratar dessas demandas sociais e que está disposta a aprender muito para poder participar ativamente dos projetos. A mesa de debates também teve a presença do presidente da Câmara de Vereadores de Taquara, Nelson José Martins, e da vereadora Sandra Beatriz Schaeffer. “As barreiras impostas pelas estruturas são os menores problemas. A forma como as questões são levadas e o preconceito é que devem ser combatidos”, comentou ela.
Os trabalhos realizados pelos conselhos e secretarias municipais foram apresentados no encontro, assim como experiências de vida como a de Alison Mendes, que escreveu um livro contando a sua história como morador de Três Coroas. Com o apoio da APAE do município, Alisou digitou a publicação parte com o nariz e o restante com um adaptador para teclado.
Gabriel Teiten, psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial de Três Coroas (CAPS) e atleta paraolímpico, também deu o seu depoimento: “Quero fazer as coisas por mim mesmo”. Segundo ele, a cidade começa a se adaptar estruturalmente em prédios, como as unidades de saúdes e escolas. “É preciso se fazer mais para mudar essa situação. A falta de capacitação não é justificativa, pois é possível ouvir as pessoas”, especificou.
Redação e edição: Rosangela Groff
O encontro realizado no dia 4 de abril, na escola Unipac, em Taquara (RS), reuniu cerca de 450 participantes em um dia inteiro de debates. O Fórum foi aberto com a execução do Hino Nacional ao som da gaita tocada por Anderson Dilkin, que tem deficiência visual, assessor de comunicação da prefeitura de Santa Maria do Herval.
A diretora presidente da Faders, Marli Conzatti, chamou a atenção dos números que compõem a população com algum tipo de deficiência. No Estado, são cerca de 2 milhões e 500 mil pessoas, sendo que 300 mil moram na capital gaúcha. Em Taquara, o índice é de 16,4% dos moradores, cerca de 8.700 pessoas de um total de 52.900. Na cidade de Parobé, são 6.500 (14,4%) dos 45.000 cidadãos.
Marli destacou o Plano Nacional Viver sem Limite que disponibiliza R$ 7 bilhões em projetos de 18 ministérios, assim como o RS Sem Limite que busca entre outros objetivos a acessibilidade digital, capacitações, pesquisas e diálogo permanente com servidores e sociedade civil.
Modificar os comportamentos e transformar a sociedade em um lugar melhor para viver, passando exemplos positivos de uma cultura de paz para o mundo é uma aposta da diretora presidente da Faders diante da cadeia de municípios que se fortalece através dos fóruns de discussões.
Marli propôs o enfrentamento das dificuldades e imposições que existem para as pessoas com deficiência e fazer um redesenho social, incluindo aqueles que estiveram numa situação de invisibilidade por muito tempo. “Somos diferentes uns dos outros. Cada um de nós é singularmente um. Portanto, deficientes são os prédios não acessíveis, os espaços públicos que não acolhem a todos, e, principalmente, as atitudes preconceituosas”, encerrou.
Municípios mobilizados
Promovido pela Faders, em parceria com a prefeitura de Taquara e o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE), o fórum teve a presença de autoridades, servidores, professores, alunos, gestores e demais profissionais envolvidos com o tema que mostraram suas experiências e identificaram suas carências para a implantação de programas que estabeleçam uma sociedade inclusiva. Prefeitos e secretários de municípios do Vale do Paranhana, como Taquara, Parobé, Igrejinha e Três Coroas se mobilizaram em busca de elaborar projetos e realizar ações nesse sentido.
Ao final da programação da manhã, a prefeitura de Santa Maria do Herval, representada pelo secretário de Planejamento e Assistência Social, Benno Knorst, assinou convênio com o RS Sem Limite. “Temos que acabar com este Apartheid”, contestou o secretário. “Está lançado o desafio: congregar as forças da sociedade e dar às pessoas com deficiência o que elas merecem”, enfatizou. Durante a tarde, foram discutidas o conjunto de leis direcionadas ao segmento, criações de conselhos e outras questões funcionais para a implementação de políticas inclusivas.
O prefeito de Taquara, Tito Lívio Jaeger Filho, ressaltou a necessidade das ações compartilhadas entre as prefeituras dos municípios que beneficiem a população. “Acharemos o caminho certo somente conversando com as pessoas e descobrindo o que elas precisam”, argumentou. Antônio Edmar Teixeira de Holanda, secretário de Educação de Taquara, falou da equiparação de oportunidades e evidenciou a importância do treinamento dos profissionais para completar a estrutura física e humana no enfrentamento dos obstáculos.
O prefeito de Parobé, Claudio Silva, iniciou o debate “Garantia dos Direitos” salientando a iniciativa da Presidência da República em criar uma política direcionada às pessoas com deficiência. “A inclusão social tem apoio do governo federal. Devemos agora seguir com ações que sensibilizem todos os setores da sociedade. Ainda engatinhamos nesse no caminho do fortalecimento de programas para pessoas com deficiência”, afirmou.
Primeiros passos e experiências
Mônica Facio, presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades de Parobé, informou que o trabalho realizado pelo grupo em busca de uma cidade mais justa e fraterna já atingiu alguns resultados. “Assim como chamamos a comunidade civil para que se empenhe em tornar acessíveis os prédios, também buscamos essas adaptações nas estruturas públicas. Mas não é só isso, queremos a descontrução das deficiências através da quebra das barreiras atitudinistas”, reforçou.
O secretário de Desenvolvimento Social e Habitação de Igrejinha, Jefferson Allan Muller, disse que é preciso mais conhecimento para atingir a efetividade da inclusão. “Combater a anulação das características gerais de um indivíduo em detrimento da deficiência é imprescindível ao processo civilizatório. Porém, temos essa consciência, mas não sabemos como resolver”, frisou.
A cidade de Rolante foi representada pela Secretaria de Assistência Social. A titular Santa Zucatti adiantou que o município está providenciando a criação de um conselho para tratar dessas demandas sociais e que está disposta a aprender muito para poder participar ativamente dos projetos. A mesa de debates também teve a presença do presidente da Câmara de Vereadores de Taquara, Nelson José Martins, e da vereadora Sandra Beatriz Schaeffer. “As barreiras impostas pelas estruturas são os menores problemas. A forma como as questões são levadas e o preconceito é que devem ser combatidos”, comentou ela.
Os trabalhos realizados pelos conselhos e secretarias municipais foram apresentados no encontro, assim como experiências de vida como a de Alison Mendes, que escreveu um livro contando a sua história como morador de Três Coroas. Com o apoio da APAE do município, Alisou digitou a publicação parte com o nariz e o restante com um adaptador para teclado.
Gabriel Teiten, psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial de Três Coroas (CAPS) e atleta paraolímpico, também deu o seu depoimento: “Quero fazer as coisas por mim mesmo”. Segundo ele, a cidade começa a se adaptar estruturalmente em prédios, como as unidades de saúdes e escolas. “É preciso se fazer mais para mudar essa situação. A falta de capacitação não é justificativa, pois é possível ouvir as pessoas”, especificou.
Redação e edição: Rosangela Groff