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Thiago Diniz, artrite reumatoide juvenil e acessibilidade

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Oi, pessoal. Hoje temos o relato de um dos nossos seguidores que, através do espaço “Conte sua história”, nos contou um pouco da sua realidade e falou da falta que sente com relação à acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

Meu nome é Thiago Diniz Pereira, tenho 20 anos, atualmente estou graduando Administração no IFPB. Minha deficiência iniciou-se aos sete anos de idade. Amanheci sem conseguir encostar o pé direito no chão. A princípio meus familiares desconfiavam de alguma fratura. Para resumir a ópera, depois de passar por radiografias e alguns exames, nenhuma fratura foi detectada. Depois de passar por alguns médicos, cheguei a uma reumatologista que diagnosticou o meu problema como: Artrite Reumatoide Juvenil.

Essa doença, nada mais é do que uma inflamação que se dá principalmente nas articulações. Até os 14 anos minha vida foi de inconstância quanto a doença. Em épocas eu estava muito bem, em outras mal conseguia andar. As dores sempre foram horríveis. Mas alguns remédios e a fisioterapia me ajudaram a superá-las em inúmeras vezes.

Aos 14 anos comecei a andar com auxílio de muletas, devido a doença se instalar no quadril, especificamente no fêmur direito, o que me impossibilita até hoje de ter uma marcha normal.

A acessibilidade é algo fundamental para quebrar as barreiras da indiferença e do preconceito em si. A pessoa com deficiência quer ter igualdade no acesso a prédios públicos e privados, ambientes turísticos… etc. Acredito que uma política pública especial a pessoas ESPECIAIS é algo que precisa ser executado com visão no amanhã. As cidades precisam ter adaptabilidade. Não apenas em seus bairros principais, mas ampliando isso aos bairros periféricos. É inaceitável, por exemplo, o desnivelamento de calçadas existente nos bairros periféricos da cidade de João Pessoa. Se algum cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida (idosos, muletantes…) quiser andar pela região, tem que ser pela rua, correndo risco de atropelamento.

Perguntamos ao Thiago se a sua deficiência se tornou barreira ou motivação para a busca da sua formação superior e ele nos respondeu:

Foto de Thiago Diniz, em pé, apoiado por muletas canadenses, falando ao microfone. Foto Divulgação.
Foto de Thiago Diniz, em pé, apoiado por muletas canadenses, falando ao microfone. Foto Divulgação.

Sem dúvida uma motivação. Apesar das dificuldades, provar a sociedade que é possível conquistar objetivos, tão quanto pessoas “normais” foi algo que me motivou. O portador de deficiência tem que buscar o máximo possível, esforçar-se e qualificar-se. O mercado de trabalho abre oportunidades para nos inserirmos, mas é preciso ter o diferencial competitivo, que é o que vai fazer com que o portador seja mais valorizado, inclusive financeiramente. As empresas estão contratando e já temos uma tendência do aumento dessas oportunidades. Acreditar em si e procurar obter qualificação, é sem dúvida, um passo crucial para o sucesso de uma pessoa com deficiência. Ser limitado, não é ser incapaz. Nós podemos ir além de qualquer expectativa.


Por fim, quero aqui deixar uma coisa bem clara: a sociedade precisa de uma mudança de mentalidade. Ser diferente, não quer dizer ser incapaz. Nós deficientes, não queremos o olhar penoso ou melancólico… queremos apenas a oportunidade de demonstrar o quão capazes somos de superar as barreiras e conquistar objetivos. Temos potencial e iremos lutar para que nossos direitos sejam garantidos e o respeito seja contínuo em todos os lugares que estivermos presentes. #Lutemos

Twitter do Thiago: @ThiagoDiniz08
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